O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, insistiu nesta segunda-feira em sua ideia de promover “um novo capitalismo” focado em alcançar o crescimento econômico acompanhado de aumentos salariais para os trabalhadores, após sua vitória eleitoral no dia anterior.
“Faremos o possível para aumentar salario dos trabalhadorespara que todos beneficiem dos frutos do crescimento económico”, disse Kishida em conferência de imprensa concedida esta segunda-feira, dia seguinte às eleições gerais.
O conservador Partido Liberal Democrático (LDP) liderado por Kishida conseguiu 261 assentosde acordo com os últimos escrutínios, o que significa uma “maioria estável” (acima dos simples 233) na Câmara Baixa do Parlamento, composta por 465 assentos, o que, juntamente com o seu domínio na Câmara Alta, lhe permitirá legislar com conforto.
O primeiro-ministro japonês, que deverá ser reintegrado ao cargo na próxima semana, afirmou que assim que receber o apoio parlamentar “começará a promover o novo capitalismo”, que é uma das suas prioridades políticas.
Visa conciliar o crescimento económico pós-pandemia e uma melhor redistribuição da riqueza
Kishida nomeou assim a sua estratégia, com a qual pretende aliar o crescimento económico pós-pandemia a uma melhor redistribuição da riqueza, num país que atravessa um longo ciclo deflacionário e onde as desigualdades se agravaram fruto do impacto da crise sanitária crise.
O líder conservador, no entanto, qualificou em várias ocasiões que alcançar o crescimento econômico “é um passo essencial para conseguir uma melhor distribuição”, depois que algumas de suas propostas de aumento de impostos causaram preocupação no setor privado japonês e quedas no mercado de ações durante o último mês de outubro.
“Temos que reconstruir a economia, é aí que devemos colocar mais ênfase. As finanças são fundamentais e, nesse sentido, devemos manter a confiança do mercado”, disse hoje Kishida a este respeito.
O líder nipónico salientou ainda que até meados do mês o seu novo Executivo vai anunciar um pacote de medidas destinadas a dar um novo impulso à economia nacional e a promover a digitalização em vários setorese que será financiado com um orçamento suplementar que será aprovado “assim que possível”.
A renda média das famílias japonesas ficou praticamente estagnada na última década, segundo dados do Executivo.
O Banco do Japão (BoJ) espera que a economia japonesa avance 3,4% no atual ano fiscal, que terminará em abril de 2022, após a queda de 4,6% registrada no ano anterior
